O Palácio do Planalto foi surpreendido no início da tarde desta terça-feira (12) com a notícia de que já há maioria na bancada do PP na Câmara para decidir pelo desembarque do governo. O governo teme que isso gere um efeito dominó nas bancadas do PSD e no PR.
A bancada do PP vai se reunir no final da tarde para tomar a decisão. Dos 49 deputados do partido, pelo menos 35 já defendem a saída imediata da base do governo. Com a decisão tomada, isso vai influenciar num apoio maciço da bancada do PP ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Até ontem, o governo trabalhava em ter entre 25 e 30 votos da bancada do PP para barrar o impeachment. Por isso, articuladores políticos do Planalto decidiram procurar o presidente dopartido, Ciro Nogueira, e o líder da bancada na Câmara, Aguinaldo Ribeiro.
Recentemente, o governo ofereceu ao PP o Ministério da Saúde e a presidência da Caixa, além de manter o Ministério da Integração Nacional.
Além da preocupação com o PP, o governo ficou em alerta com outros dois movimentos: o voto do líder do PSD e presidente da comissão do impeachment, Rogério Rosso (DF), em favor do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao impeachment, e o anúncio do então líder do PR, Maurício Quintella Lessa, de deixar o cargo para votar pelo impeachment.
O Planalto avalia que se não barrar imediatamente esse movimento do PP, haverá uma sangria nos demais partidos da base aliada, culminando com o impeachment de Dilma.