Thiago Peixoto: avanço hoje e amanhã

Nos últimos anos, o crescimento do Produto Interno Bruto de Goiás tem registrado índices bem acima do desempenho geral da economia brasileira. No último trimestre de 2014 não foi diferente e o Estado repetiu o bom resultado, fechando com alta de 2% sobre igual período do ano anterior, enquanto o PIB brasileiro equivalente teve desempenho negativo (- 0,2%). No acumulado do ano, de acordo com dados recentes do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), o PIB goiano registrou alta de 1,8%, enquanto o nacional patinou no 0,1%.

O resultado só não foi melhor porque a agropecuária, setor que historicamente sustentou nossa economia, dessa vez retraiu 0,2%. O motivo, além de questões climáticas, foi o recuo na produção de soja e cana-de-açúcar apesar do incremento da pecuária e da alta de produção de milho e algodão. Além disso, o preço das commodities caiu no mundo inteiro. O recuo da produção, aliás, é mais por deslocamento da demanda que por baixa produtividade. Nesse sentido, a expansão do PIB de Goiás se deu, principalmente, pelo crescimento dos setores de serviços (que subiu 2,6% no período) e indústria (alta de 1,5%). Esse fato, aliás, precisa ser exaltado, pois mostra que o Estado modernizou sua economia ao longo dos últimos anos.

A economia nacional enfrenta uma crise que pode ser percebida por todos. E isso também afeta Goiás. Nosso Estado não é uma ilha e o mix de fatores negativos como a crise hídrica – com reflexos na geração de energia e consequentemente no setor produtivo -, desaquecimento do comércio, aceleração inflacionária, elevação de juros e piora do cenário internacional elevam o pessimismo econômico neste ano. Esse quadro, inclusive, faz parte da avaliação técnica do estudo do IMB sobre o PIB.

E precisamos estar preparados. O bom gestor público tem obrigação de buscar, ao máximo, a excelência nas suas práticas e métodos. Boa gestão é um diferencial importante e uma grande aliada para um Estado que almeja ser um dos mais competitivos do Brasil. Continuamos crescendo, afinal, porque nos modernizamos e caminhamos cada vez mais no sentido de um trabalho calcado em indicadores e na obtenção de resultados. É preciso ser eficiente e ter capacidade para transformar cada centavo economizado em um importante investimento.

A sociedade espera que o governo sempre dê um passo à frente para poder enfrentar a recessão já anunciada em todo o Brasil. É preciso competência e coragem para superar as adversidades que estão por vir. Se fizermos o dever de casa bem feito, a crise passa a ser uma grande oportunidade de avanço. É por isso que, em tempos difíceis, planejamento é fundamental. Precisamos olhar para a frente. Apesar do cenário que temos hoje no Brasil, nosso Estado é privilegiado e pode aproveitar, por exemplo, o momento para tornar nossos produtos ainda mais competitivos.

A garantia de que a gestão pública em Goiás é baseada no planejamento, e não no improviso, nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Estamos nos preparando para sair mais rápido e melhor do quadro que se desenha no país. Para atender o maior número possível de objetivos, precisamos nos superar dia após dia, com gastos inteligentes, eficientes e com um foco muito claro na melhora da qualidade de vida e na competitividade. Essa é uma premissa básica do setor público e todo esforço nesse sentido só demonstra que eficiência é algo que o Estado deve sempre perseguir. O momento é de comemorarmos o crescimento acima da média nacional no ano passado mas também de manter a vigilância para continuarmos trilhando o caminho do desenvolvimento.

*Thiago Peixoto é economista, secretário de Gestão e Planejamento do Estado de Goiás e deputado federal (GO) licenciado

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