Mais de 1,3 mil ativistas da causa animal, vindos dos mais diferentes pontos do País, movimentaram Brasília na última semana com o objetivo de chamar a atenção dos congressistas para um tema que precisa ser tratado com a seriedade que merece: a defesa dos direitos dos animais. Nenhuma sociedade pode trilhar a trajetória da evolução se não parar de massacrar criaturas indefesas e assumir suas responsabilidades na proteção destas vidas.Espero que o Acampamento Nacional pelos Animais tenha conquistado mais do que o espaço do gramado em frente ao Congresso. Acredito que tenha sensibilizado boas almas. Da minha parte, me desdobro pela aprovação de projetos fundamentais para modificar a legislação.
Membro da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, engrosso o coro que cobra a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar maus-tratos, assim como as propostas para proibição de testes em animais pela indústria e a esterilização gratuita de cães e gatos visando controle sanitário e de natalidade, com o objetivo de evitar execuções de animais de rua.
Apresentei minha posição aos ativistas, como a vereadora mogiana Karina Pirillo (PCdoB) que lá esteve participando do movimento. Coloquei-me à disposição não só para ajudar a aprovar as propostas que vetam práticas cruéis e punem com rigor os detratores, mas também para trabalhar na sensibilização dos demais parlamentares.
Falei sobre meu projeto de Lei (7102/2014) que torna obrigatória a informação, nos rótulos de produtos nacionais e importados, sobre a realização de testes em animais. O objetivo é escancarar esta prática cruel a fim de que a sociedade se sinta estimulada a boicotar produtos originados do sofrimento de criaturas inocentes. Ou seja, uma medida paliativa enquanto perduram a polêmica e a lentidão no avanço de legislação proibitiva no País.
Todos entenderam a importância do projeto como fator de alerta ao consumidor. Ou seja, quem compra tem de saber se aquilo que leva para casa foi (ou não) desenvolvido a partir de experimentação animal. Você compraria um desinfetante ou um batom originado do sofrimento de animais? Ou iria procurar o item de um fabricante que não inclui a crueldade em sua linha de produção?
Em larga escala, a aversão das pessoas a artigos fabricados com o sofrimento de animais levaria os fabricantes a acabarem com experimentos do gênero para garantir a própria sobrevivência no mercado. Este é o mote do projeto. Afinal, gente de bem não admite as barbáries praticadas contra criaturas indefesas e exige justiça. Como consumidora, como ser humano.
* Junji Abe é deputado federal pelo PSD-SP