A nova gripe aviária surgida em março na China não representa risco para o Brasil. A declaração é do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, que participou, nesta terça-feira (13), de audiência conjunta das comissões de Seguridade Social e Família; e de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
O vírus da nova gripe, identificado como H7N9, foi responsável pela morte de 43 chineses que mantiveram contato com aves contaminadas e há registro de pelo menos um caso de transmissão entre humanos.
Segundo o secretário Jarbas Barbosa, a situação não preocupa porque não foram registrados novos casos da gripe em humanos desde maio, por conta de medidas como limpeza dos mercados e a regulamentação do transporte de aves vivas naquele país.
“O Brasil não importa aves da China. Então, não há risco para o Brasil. O que nós fazemos é o monitoramento continuado, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em que toda vez que acontece um caso novo, uma descoberta, a gente é comunicado imediatamente”, afirmou.
O Ministério da Agricultura também não adotou medidas específicas contra a nova gripe. Conforme explica Bruno Rebelo Pesamilio, do Departamento de Saúde Animal, os casos de gripe aviária são comuns e eles estão atentos.
“Constantemente são identificados diversos focos de influenza aviária, tanto de alta e baixa patogenicidade no mundo inteiro. O que nós adotamos é uma estratégia global que serve para qualquer país, como a fiscalização de bagagens em portos e aeroportos, fiscalização de containêres, a questão da vigilância de propriedades. Isso não é direcionado para um ou outro tipo de influenza, isso é para qualquer vírus que possa ter.”
Representantes do Instituto Butantan e da Fiocruz, responsáveis pela pesquisa e produção de vacinas, também participaram da audiência e afirmaram que o País tem condições de enfrentar uma eventual pandemia, ou seja, uma epidemia em escala internacional.
Ações
Já os deputados que solicitaram a audiência para discutir o tema cobraram ações do governo. Para Eleuses Paiva (PSD-SP), o Brasil precisa investir para garantir a autossuficiência na produção de vacinas. “Se nós tivermos aporte financeiro e incentivo, com certeza, o Brasil será independente nessas produções.”
O deputado Eduardo Sciarra (PSD-PR) diz que as ações do governo são insuficientes. “Este ano tivemos um grande grupo de brasileiros que não tiveram acesso à vacinação. Para se ter uma ideia, tivemos demanda para 40 milhões de pessoas e nós não atingimos nem metade disso.”
O deputado Sciarra concluiu que Ministério da Saúde precisa montar uma estrutura para que a falta de vacinas contra a gripe não se repita no próximo ano.