A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, em conjunto com outras três comissões, vai realizar audiência pública para conhecer, debater e colaborar com propostas para o governo brasileiro apresentar na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26). O requerimento para a realização do evento, de autoria do deputado Edilázio Júnior (PSD-MA), foi aprovado na terça-feira (14).
“Aprofundar o debate em busca de propostas para representar o Brasil nesta importante conferência – em que se discutirão estratégias de vital importância, os mecanismos de precificação e mercado de carbono internacionais, entre outros temas – é um dever deste Parlamento”, defendeu o parlamentar.
Ondas de calor
No início de agosto, foi divulgado o 6º Relatório de Avaliação (AR-6) do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). O documento mostra que é muito provável que o mundo alcance um aumento da temperatura média de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais até o ano de 2040 – uma década antes das previsões anteriores.
Isso provocará impactos devastadores, segundo o relatório. Ondas de calor extremo se tornarão 4,1 vezes mais frequentes a cada dez anos em relação aos níveis pré-industriais, alcançando temperaturas até 1,9°C mais altas. Secas, inundações e outros eventos climáticos extremos também alcançarão gravidade inaudita.
Florestas brasileiras
O Brasil é o detentor da maior área preservada (500 milhões de hectares) de florestas tropicais do planeta – um terço da área total mundial. As florestas tropicais são aquelas com o maior potencial de remoção e de estoque de carbono, bem como as mais biodiversas.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o território da Amazônia abriga 2.500 espécies de árvores (um terço de todas as espécies tropicais do mundo) e 30 mil espécies de plantas (um terço das espécies da América do Sul).
A Floresta Amazônica influência, ainda, diretamente no regime de chuvas na região: uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, tem capacidade de bombear mais de 300 litros de água para a atmosfera.
“Por isso é nossa responsabilidade contribuir para o debate da COP-26”, justificou Edilázio Júnior.
Convidados
Serão convidados a participar da audiência pública, cuja data ainda não foi definida:
– o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira;
– o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França;
– a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina;
– o ministro do Meio Ambiente (MMA), Joaquim Leite;
– o presidente da Embrapa, Celso Moretti;
– a representante da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais do MMA, Marta Lisli Ribeiro de Morais Giannichi;
– o representante da Secretaria de Clima e Relações Internacionais do MMA, Marcus Henrique Morais Paranaguá;
– o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade;
– o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim;
– o presidente do Instituto Chico Mendes, Fernando Cesar Lorencini;
– o diretor-presidente do IPAAM, Juliano Marcos Valente de Souza;
– a diretora do Inpa, Antonia Maria Ramos Franco Pereira;
– o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, Juliano Valente;
– o diretor-executivo do WWF-Brasil, Maurício de Almeida Voivodic;
– o presidente do Conselho Diretor do Imazon, André Guimarães; e
– o diretor de Relações Institucionais da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani.
Manu Nunes