CPI de crimes cibernéticos discute aliciamento de jovens para prática de terrorismo

Deputado Delegado Éder Mauro (PA) - Foto: Cláudio Araújo

Deputado Delegado Éder Mauro (PA) – Foto: Cláudio Araújo

Em audiência pública que debateu segurança cibernética durante as Olimpíadas Rio 2016, o deputado Delegado Éder Mauro (PA) alertou para o fato de que jovens brasileiros podem estar sendo aliciados para prática de terrorismo. “Somos todos vítimas potenciais de ataques terroristas. O estado islâmico tem assediado jovens brasileiros pela internet para que façam parte dessa doença que vem causando muitas vítimas”, disse.

A reunião realizada pela CPI que investiga os crimes cibernéticos também ouviu, nesta terça-feira (29), o oficial de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Eduardo Izycki, que em sua exposição traçou os principais perfis de criminosos da internet.

“Temos três tipos que se destacam: o hacker ostentação que representa 54% dos ataques e comete atos criminosos para demonstrar sua destreza ao invadir sistemas, em especial, de instituições e governos; o hacker ativismo, que corresponde a 39% das agressões na web e o fazem para macular a imagem de um grande evento ou de um governo com a intenção de ampla visibilidade para reverberar sua ideologia; e os cyber criminosos, somam 7% dos ataques. Estes são aqueles que roubam senhas de e-mails, telefones, bancos de cidadãos comuns”, explicou o oficial.

Izycki também contou que a Abin já registrou cerca de dois milhões de ataques para desconfigurar sistemas operacionais e que os principais alvos no país são os domínios .leg (legislativo), .ju (justiça) e .gov (governo), o que corresponde a 170.000 das tentativas dos hackers.

Já o diretor de inteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, William Murad, declarou que “todos os dados colhidos em grandes eventos como a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações estão sendo utilizados para o planejamento da segurança das olimpíadas”. Ele explicou ainda que, experiências de instituições internacionais no que se refere à segurança em maratonas e jogos também estão sendo compartilhados pela segurança, defesa e inteligência brasileiras para que atuem de forma integrada.

Embora satisfeito com as considerações, Éder Mauro, declarou sentir falta de simulações, caso ocorra ataques fora da esfera virtual. “O país está aquém desses serviços, embora monitore todo o sistema.”

Carola Ribeiro

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