Raquel Muniz – Febre amarela: combatê-la é um dever de todos nós

“Apesar de a febre amarela causar alarde na população, felizmente temos uma maneira bastante eficaz de resolver o problema: a vacinação. No final de 2016 e início de 2017, o Brasil se depara com mais um surto de febre amarela silvestre, que preocupa a população e as autoridades.

Na verdade, a forma silvestre sempre circulou no país, com surtos em macacos e outros animais. Só para se ter ideia, nos anos de 1999 e 2000 houve um surto na Chapada dos Veadeiros, Estado de Goiás, e alguns casos no Sul do país, sempre em pessoas não vacinadas e que tinham estado em áreas de mata. Isso prova que o melhor remédio é a prevenção.

O Ministério da Saúde divulgou recentemente novo boletim epidemiológico e confirmou 574 casos da doença no Brasil, com 187 mortes em 91 municípios. Diante desses dados, o atual surto de febre amarela já é o maior registrado no país pós-erradicação da patologia no século passado.

Trata-se de moléstia infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos. Aguda e hemorrágica, a doença recebe esse nome porque causa amarelidão do corpo (icterícia) e hemorragia em diversos graus. A vacina está indicada para crianças com mais de 9 meses e adultos com menos de 60 anos, mas bebês de 9 meses podem tomar a primeira dose e um reforço aos 4 anos de idade.

Para que a população entenda melhor os efeitos da enfermidade, é importante elencarmos os sinais e sintomas mais comuns desse mal: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves, a pessoa pode ficar amarelada, ter insuficiências hepática e renal, sangramentos e cansaço intenso.

A maior incidência da doença está em alguns países da América do Sul, América Central e África. No meio rural e silvestre, ela é transmitida pelo mosquito Haemagogus.

No caso de Minas Gerais, unidade da federação com maior incidência da doença, a situação é alarmante. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde, foram registrados 1.063 casos suspeitos, 260 confirmados e 99 óbitos, sendo que 87% atingem os homens. A maioria das mortes está relacionada a cidades dos vales do Rio Doce e do Mucuri. Há óbitos também em cidades do Sul e do Norte de Minas.

Até o momento, 42 municípios mineiros têm casos confirmados. Ladainha, com 27 confirmações, e Caratinga, com 21, são as que apresentam o cenário mais crítico. Em outras 84 cidades há pacientes com suspeita da doença. Os dados não mentem. Estamos diante do pior surto da doença na história do país já registrado pelo Ministério da Saúde. E a situação pode se agravar.

Campanhas de vacinação estão em andamento em todo o Brasil. A população precisa fazer a sua parte indo a um posto de saúde para se vacinar. Ainda existem pessoas que se acomodam e, mesmo diante do quadro preocupante que estamos enfrentando, não se cuidam. Não podemos permitir que o medo e a tragédia da febre amarela continuem a vitimar centenas de pessoas”.

Deputada Raquel Muniz (MG)

Artigo publicado dia 24/04/2017 no site do jornal Hoje em Dia

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