O Globo Online | Rio: Frente de esquerda, rompimento de aliança e alfinetadas: já foi dada a largada na eleição

A disputa pela Prefeitura do Rio ainda não começou oficialmente, mas os pré-candidatos e seus partidos já se enfrentam em clima de faroeste, atirando para todos os lados: Jandira Feghali, do PCdoB, propõe a formação de um bloco com partidos de esquerda, mas não abre mão da própria candidatura; PT anuncia rompimento com PMDB, mas o vice-prefeito Adilson Pires (PT), que também é Secretário de Desenvolvimento Social, não larga o osso; Flávio Bolsonaro (PSC) aproveita o clima de Fla x Flu político gerado pelo impeachment para se lançar ao pleito, e nega ser representante da extrema-direita: “quem fala isso é intolerante”, avisa.

– É mais ou menos como aquelas corridas que a gente assiste na TV: um vai empurrando o outro para tentar se sobrepor. São mais de 30 partidos e este é o primeiro momento que eles têm para se estabelecer – analisa o cientista político Jairo Nicolau.

Não é só a quantidade de oponentes que atiça a competição. Duas novidades vão fazer com que a eleição deste ano seja diferente das outras: estão proibidas as doações de empresas e foi reduzido o tempo de campanha eleitoral em rádio e TV, de 45 para 35 dias, tendo início em 26 de agosto.

– O que vai fazer a diferença é a estratégia – aposta Indio da Costa (PSD), que descarta a proposta de Jandira, de criar uma frente de esquerda: – É impossível. Primeiro, porque o PSOL acha que é o único partido limpo do mundo. Depois, quem iria abrir mão?

A própria deputada federal, autora da ideia, diz que não seria ela a abortar a candidatura:

– Só faz sentido eu me despir de uma posição no Congresso se for candidata a prefeita. Mas não quer dizer que o partido não pode dar o vice – sugere ela, que quer se reunir com outros partidos de esquerda no início de junho.

Marcelo Freixo (PSOL) também descarta a formação de blocos no primeiro turno, mas deixa uma brecha.

– No segundo turno é mais fácil que tenhamos blocos formados, e provavelmente com uma identidade ideológica mais visível – diz.

Já o presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani, acha graça ao saber do plano.

– Tem tanta gente batendo no PMDB e ainda vão querer fazer um bloco? Mas eles não vão conseguir, porque não se entendem.

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