O Globo Online: Maioria dos deputados que não opinaram em enquete do GLOBO vota a favor do impeachment

Até o momento, continuidade do processo recebeu a maior parte das adesões

BRASÍLIA – Durante a sessão da Câmara, até o momento, a maioria dos deputados que não opinaram em enquete promovida pelo GLOBO, atualizada até a sessão ser iniciada neste domingo, votou a favor do processo de impeachment. A continuidade do processo já recebeu adesões de Cabuçu Borges (PMDB-AP), Marcos Reategui (PSD-AP), Hermes Parcianello (PMDB-PR), João Arruda (PMDB-PR), Toninho Wandscheer (PROS-PR), Alfredo Nascimento (PR-AM) e Flávia Morais (PDT-GO) (TEMPO REAL: acompanhe a discussão e a votação do impeachment na Câmara)

Os deputados Jozi Araújo (PTN-AP) e Dagoberto (PDT-MS) votaram contra, equanto Vinicius Gurgel (PR-AP) se absteve. Pompeo de Mattos (PDT-RS), que antes se disse contrário ao impeachment, também se absteve.

Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes dos governos Lula e Dilma, aproveitou o momento de declarar seu voto na Câmara para anunciar que deixará a presidência do PR.

A votação na sessão que decide se a Câmara autoriza ou não o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi iniciada às 17h46 no plenário. Os deputados são chamados um a um para dizer seu voto. Já votaram parlamentares de 11 estados. Caso o parecer consiga 342 votos dos 513 deputados, o pedido de impeachment vai ao Senado. Antes da votação, integrantes do governo contabilizavam apenas 130 votos contrários à abertura do processo.

Por questões de saúde, o deputado Washington Reis (PMDB-RJ) foi o primeiro a votar. Ele se posicionou pela abertura do processo de impeachment. Ele pediu que “a partir de amanhã Deus possa derramar suas bençãos sobre o país”. Em seguida, no primeiro estado chamado para a votação, a presidente Dilma foi derrotada por 7 a 1. Apenas Edio Lopes (PR-RR) votou contra o processo. Votaram a favor Abel Mesquita Jr. (DEM), Carlos Andrade (PHS), Hiran Gonçalves (PP), Jhonatan de Jesus (PRB), Maria Helena (PSB), Remídio Monai (PR), Shéridan (PSDB).

– Não é uma história de ricos contra pobres, nem direita contra esquerda, é a nação contra a corrupção – justificou Carlos Andrade.

Antes da votação, líderes partidários usaram a tribuna para defender a posição de seus partidos. O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), reiterou que votará contra o impeachment, mas ressaltou o posicionamento majoritário de sua bancada a favor. O líder petista, Afonso Florence (BA), afirmou que não há crime de responsabilidade que tenha sido praticado por Dilma, classificou a votação como uma eleição indireta e destacou as manifestações de rua que tem acontecido em defesa do mandato da presidente. O líder do PSDB, Antonio Imbassahy, enfatizou as acusações de corrupção contra o governo, a crise econômica e afirmou aos colegas que restará a “vergonha” aos que defenderem Dilma.

Em uma cena inusitada, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), e o ex-líder da Minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), conversavam na Câmara, pouco antes do início da votação do processo de impeachment, sobre os procedimentos na sessão. Ambos falaram em “diálogo” no dia seguinte à votação. Apesar de prever uma união entre PT e PSDB para superar a “guerra” gerada pelo impeachment, Guimarães rechaçou uma reaproximação com o PMDB comandado pelo vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

– O diálogo depende de quem estiver no comando. Nós no comando seremos os primeiros a procurar o Bruno Araújo para repactuar o país. A diferença é que, quem comanda, não é ele, é Cunha e Temer, isso é que é difícil – afirmou Guimarães ao GLOBO.

O tucano contemporizou:

– Vamos apostar na unidade, isso é que é melhor para o país – afirmou.

Cristiane Jungblut, Isabel Braga, Jeferson Ribeiro, Leticia Fernandes, Maria Lima, Simone Iglesias e Vinicius Sassine

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