Estadão: Às vésperas de cassação, família de Natan Donadon tenta trocar advogado no processo

Brasília, 26/08/2013 – Às vésperas da decisão sobre o futuro do mandato do deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO), familiares do parlamentar ainda nutrem a esperança de ver o advogado Nabor Bulhões fazendo a sustentação oral da defesa na sessão prevista para esta quarta-feira (28). A informação foi confirmada ao Broadcast Político por Bulhões.

Desde que o deputado teve sua prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bulhões, conhecido advogado de Brasília que atuou no caso na fase dos embargos, vem recebendo apelos da família para cuidar também do processo parlamentar. Nos últimos dias, os pedidos da família e de amigos se intensificaram, conforme relato de Bulhões.

Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou por ampla maioria a cassação do mandato do deputado.

Bulhões disse que “dificilmente” aceitará representar Donadon nesta quarta-feira, na Câmara, por não ter podido assumir o caso desde o início do processo de cassação. O advogado, no entanto, confirmou que deve ser o responsável pelo pedido de revisão criminal no Supremo. “Provavelmente eu aceitarei a revisão criminal”, afirmou.

Na CCJ, o representante de Donadon foi Gilson César Stephanes, amigo de infância do parlamentar. Sem dar detalhes, ele disse ao Broadcast Político que a família ainda discute detalhes da defesa no dia da votação em Plenário e que existe a possibilidade de ser substituído.

O destino do mandato do deputado Natan Donadon ocorrerá numa votação em Plenário, que será secreta. O relator do processo de cassação, deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ), terá 25 minutos para falar em Plenário, o mesmo tempo que será concedido à defesa. Caso o próprio deputado Natan Donadon queira comparecer, ele terá outros 25 minutos, segundo informou a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.

Condenação. Donadon foi condenado pelo STF pelo desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia, onde ele ocupava o cargo de diretor financeiro. Segundo o Ministério Público, o esquema funcionou de 1995 a 1998, por meio de contrato simulado de publicidade por serviços que não eram prestados. Os desvios, segundo o MP, somam R$ 8,4 milhões. Ele está preso no complexo penitenciário da Papuda desde o final de junho. (Ricardo Della Coletta)

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