Conselho de Ética ouve defesa do deputado João Rodrigues

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara ouviu, nesta quarta-feira (20), as testemunhas arroladas pela defesa do deputado João Rodrigues (SC). O parlamentar cumpre pena em regime semiaberto após ter sido condenado por irregularidades em processo licitatório para a compra de uma retroescavadeira em 1999, quando Rodrigues era vice-prefeito de Pinhalzinho.

O prefeito de Pinhalzinho à época, Darci Fiorini, saiu em defesa de João Rodrigues e caracterizou a prisão do parlamentar como “perseguição política”, além de afirmar que avalizou todo o processo da compra da retroescavadeira.

“João só assinou a autorização para o início do processo licitatório. Todo o restante do processo aconteceu com a minha ciência. Se fomos analisar, não era para eu estar preso junto com o João?”, questionou Fiorini.

O ex-prefeito confirmou que apenas uma empresa aceitou a máquina agrícola usada como parte do pagamento para uma nova. “Isso prova que não houve dolo, má-fé ou desvio de recurso público”.

Ariberto Bertasso, mecânico da prefeitura à época que avaliou a máquina retroescavadeira, disse que o equipamento realmente precisava ser trocado. “[A máquina] trabalhava um dia, parava dois. Ainda que fosse nos dias de hoje, seria um bom negócio”.

Deputado Federal João Rodrigues (SC) – Foto: Cláudio Araújo

João Rodrigues: “Eu só quero lavar minha alma”

Logo após as oitivas das testemunhas de defesa, o Conselho de Ética decidiu ouvir também o deputado João Rodrigues. O parlamentar entregou ao presidente e ao relator documentos referentes ao processo em que foi condenado.

Rodrigues ressaltou que foi uma vitória retomar os trabalhos na Câmara, mas que ainda aguarda o desfecho por parte do Judiciário.

“Não estou aqui para pedir benevolência, socorro. Quero justiça, quero lavar a minha alma. Qual o ato ilícito em assinar o início de um processo licitatório no qual não há comprovação de desvio de recursos ou qualquer fraude?”, questionou.

O Conselho de Ética avalia encerrar o caso dentro do colegiado até o recesso parlamentar, que acontece na segunda quinzena de julho.

Renan Bortoletto

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